Eles não tem culpa
Sei que ainda são meninos
Não adiante querer me revoltar
Se a revolta só faz ferir meu peito
E desse jeito como é que vai ficar
Vejo meninos sangrando na crença da cuca da gente
Não dotados pela qualificação
O gueto é sua flama
O chão sua cama onde descasa os seus pés
Deitados, os seus corpos só buscam esperança
Olhando pro teto, o céu
Amém
Amém
Amém
Essas criaturas
Pois, não existe meninos de rua
Todos tem o seu lar
São naturezas refletidas da gente
E aqueles que pensam não os abandonam