Se for chorar mais uma vez
Respire o azul, olhe pro mar
Feche os seus olhos, conte: Um, dois, três
Escute os sons dos carrilhões
Desesperar não há porque
Há vento em outras direções
E quando o tempo não ajudar e a tempestade atormentar
Outro farol fará sinais de luz
É que a saudade faz assim
E o remédio é tentar esquecer
Dar uma volta à brisa leve e assistir ao entardecer
Ver outro dia o sol nascendo
É que o tempo faz assim
Vai desviar o teu olhar da dor
Enquanto não houver sossego de outra flor
No coração pra ver que o velho espinho já secou
Sei que a solidão é ruim
Crava raiz em cada mal de amor
E se tortura e se pragueja e não se cura
Se não lhe ocupam o vazio de tanta dor
Mas um novo amor enfim
Remenda o trapo do amor que rasgou
Juntando os cacos e os retalhos de outros tempos novas velas pra alcançar um novo arpoador