Desbravo a noite escura, busco luminosidade
Cada linha minha é uma busca pela liberdade
Só falo a verdade
E a verdade te libertará
Cresci com os gunas
Testemunhas de Jeová
Linhas sinceras, vivi a realidade
Filho de Deus, cresci na era da tempestade
Bandido lírico
Num mundo sem lei, o sentimento é crítico
Num mundo dealema 5 tas com delay
Respeito é conquistado, não é dado de bandeja
Cada verso é uma oração, uma pleja
Rezo na igreja
Ando nas ruas na sombra dos antepassados
Revoltas e insurreições nos olhos dos maltratados
Na selva urbana busco a libertação
Pena escrita permanente e gravada na frustração
A folha rasgada revela o osso
Fica a cicatriz
Tinta derramada pelo sangue do nosso país
Escrevemos pela vida
O sangue que nos corre pelas veias é a tinta
(É dealema em mais uma investida)
Desde o ponto de partida
O sangue que nos corre pelas veias é a tinta
(Como se não houvesse amanhã)
És da Era com muita pinta, pouca tinta na caneta
Muita finta, alguém que sinta esta equipa é como um cometa
Passamos uma vez na vida, cruzamos a atmosfera
O transe da escrita vivida na alma que vocifera
Quem me dera que tudo fosse como um fosso
Para conheceres a fundo como a vida é
Agridoce assim que pisas este mundo
Deste me um motivo válido
Num quadro pálido
Cálido é o que escrevo, se és inválido
Pousa a caneta, sai e vê como o império cai
Como uma mãe que cria um filho, aqui não há pai!
O poeta vai honrar a escrita como um samurai
Diferenciada e única como obras no Dubai
Ser delemático, lunático, multi-temático
Subterrâneo tal e qual lençol freático
Catedrático, o coletivo martela cabeças de martelo pneumático!
Escrevemos pela vida
O sangue que nos corre pelas veias é a tinta
(É dealema em mais uma investida)
Desde o ponto de partida
O sangue que nos corre pelas veias é a tinta
(Como se não houvesse amanhã)
A chave da saída, faísca criativa
Escrevemos pela vida, sem dúvida
Palavra é dádiva, a escrita é emotiva
Sativa, activa a língua nativa
Ignição, o coração é vórtice
Conexão, ligação directa ao córtice
O amor à Arte supera misérias
Humor escarlate ferve nas artérias
A rima verte da clepsidra egípcia
Transfusão de hemoglobina lírica
Desde miúdo, com conteúdo
Sob pressão, aerosol como expressão
O sol brilha, dar o litro a cada linha
Em prol da prole, pelo futuro da minha filha
A voz é livre, vive sem preconceito
É Dealema, tatua no peito
Escrevemos pela vida
O sangue que nos corre pelas veias é a tinta
(É dealema em mais uma investida)
Desde o ponto de partida
O sangue que nos corre pelas veias é a tinta
(Como se não houvesse amanhã)
Pensamento é soco forte
Como fogo em Shaolin
Como o sangue
Que escorre pelo aço é flamejante
Entretém-te e vem-te enquanto o mundo arde
Hecatombe cultural, estado de calamidade
Focado na revolução mental, esperto como Espártaco
Fusão num mundo à parte, ectoplasma
Dealemático
Poeta nunca morre, imortalizo uma canção
Não escolho a morte, escolho a vida em mais uma sessão
Informação ao núcleo ainda bate no tambor
Chavalo que não esquece o bairro vá para onde for!
DLM, escrita é clube de combate
Temos fãs como canais por baixo da tua cidade
Desde 1996 no sangue
Fiz a tropa no 2º piso ao som de wu-tang
Eu escrevo pelo amor, pela dor, pela fome
Porque a força que há em mim é enorme
Escrevemos pela vida
O sangue que nos corre pelas veias é a tinta
(É dealema em mais uma investida)
Desde o ponto de partida
O sangue que nos corre pelas veias é a tinta
(Como se não houvesse amanhã)